quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

POESIA TRANSCENDENTAL













Transcendência literal, poesia difusa na complexidade das palavras, de significado oculto, na abolição dos sofismas, nas entrelinhas impactantes, metáforas, utopias, máximas de vida, filosofia, e às vezes, nem eu mesmo, autor, sei o porque da necessidade da expressão escrita, originada e aflorada, unicamente, do meu "EU" interior.
É esta a questão a externar. Quebrar-se normas e regras gramaticais na prevalência da verdade poética, independente da sua redundância.
Este é o vaticínio que se impõe à razão e faz valer a coerência no coração do poeta.
É na alquimia das letras e na consequente ação de ler, apenas ler, somente ler, que de forma milagreira, independente do estilo, do autor, do espírito crítico e do leitor, faz-se por entender as interpretações indivisas da alma, traduzidas no texto escrito, por vezes conflitantes, porém na justa medida de cada um.

ARMADILHA DE CELULOSE

Num cepticismo centrípeto
Cativo as letras
Em escritos enigmáticos
Tal armadilha de celulose
E num engenho de guerra
Invado sonhos
Na necrópole da alma
Percorro caminhos
A proscrever meus temores
Izoneiro
Ao encanto do acaso
Desprendido
Na licenciosidade da poesia
Romantizado
Na saturação de amores e cores
No pressentir
Na identidade das rimas
A etérea busca do sentir
A cirandar prosápio
Na chuva desabrida
Do vendaval das paixões
Fortalezas defensivas
Abertas à inspiração
No momentâneo eclipse do poeta
Em suas melancólicas abstrações.

(Extraído do livro "ARMADILHA DE CELULOSE" de Marcos Mascarenhas)

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